sexta-feira, 10 de agosto de 2018

Assistência social: Fortaleza é a segunda capital que menos investe em crianças e adolescentes

Meninos em situação de rua em Fortaleza:
orçamento público é o coração das nossas trevas

A denúncia do Centro de Defesa da Criança e do Adolescentes (Cedeca) é gravíssima. Fortaleza é a segunda capital do Nordeste que menos destinou investimentos para a assistência social de crianças e adolescentes em 2017. Salvador, no topo do ranking, executou R$37,54 per capita no mesmo período. A capital cearense destinou ínfimos R$1,60 para cada criança e adolescente. São aproximadamente 628 mil pessoas (até 17 anos), em que mal se investiu R$1 milhão em políticas de assistência social ao longo de todo o ano. Nessa seara, só não estamos pior do que Teresina.


"Criança e adolescente têm prioridade absoluta, e isso precisa estar expresso no orçamento público. O que deveria acontecer na prática, porém, está muito longe da realidade de meninos e meninas de Fortaleza", dizem os representantes da entidade. Detalhe: não é por falta de arrecadação que o Município não tem investido nesse segmento. Fortaleza é a quarta capital nordestina em arrecadação per capita: R$ 2.443,57 por habitante em 2017.

Os dados foram elaborados pelo Cedeca-Ceará a partir do cruzamento de informações da execução da subfunção “Assistência à Criança e ao Adolescente”, vinculada à função “Assistência Social”, do orçamento das capitais brasileiras reunidas pela Secretaria do Tesouro Nacional (STN), com informações da pesquisa PNAD Contínua, do IBGE, que calcula a população de 0 a 17 anos das cidades. Todos os valores estão para consulta pública no site das duas instituições.

O coração das nossas trevas, bem sabemos, é o orçamento público. Portanto, quem quiser entender as razões "invisíveis" da tragédia social por aqui vai ter de enfrentar esses números. Roberto Claudio destruiu (e não é força de expressão utilizar esse verbo) a assistência social da cidade - como também destruiu a secretaria de cultura, a política ambiental, a política habitacional, etc. O resultado é o que estamos vendo por aí em praças e esquinas.

Confira aqui a pesquisa na íntegra



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