The walking man, de Rodin: um meio em si mesmo |
No início, era ainda pele,
arrepios.
Algum torpor.
Mas depois vieram as formigas
por sobre os sapatos.
E, sobre os restos
da ceia na lapela,
outros insetos.
À esquina,
pequenos roedores
atavam-lhe aos joelhos.
Logo, logo
delicados vermes.
E asas e antenas,
do calcanhar à nuca.
Mais tarde, nem
ao menos
algum reflexo
no espelho.
Nem vestígio
de sonho...
fugidio.
Nada. Tudo
lama.
Nem olhar.
Agora e sempre:
paralisia.
Nada mais lhe escapava
à vida vazia.
Era, enfim, e desde antes,
mansidão.
Caráter e risos prontos.
Fim.
Meio em si mesmo,
esperando a morte
chegar.
Um homem feito
homem de bem...
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