Coltrane: som-espaço |
Coltrane,
esse farejador de fúrias.
Essa síncope-devoção
à procura de Deus.
E dos deuses sem Ele.
Toda a
Africamérica
Africamérica
germinando em
agudíssimos.
agudíssimos.
Jazz de uma
nota só:
implodir catedrais
Ritmo: consciência exata
da solidão e do esquecimento.
Uma nossa fugaz grandeza.
Fronteira-compasso.
Permanente dúvida
entre ato e momento.
Santo mambembe.
E malandro:
serve-nos seu tenor
para sugerir música.
Enquanto sorve a vida
inteira, campânula adentro,
até faltar-lhe o ar.
Som-espaço.
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