A serpente oroboro, símbolo da alquimia: um governo que se consome aos poucos |
1. Dilma chegará a dezembro tendo feito, nesse segundo mandato, um primeiro ano de governo pífio. Quisera eu classificar apenas como medíocre, mas seria desonesto dizer que não foi, no mínimo, muito ruim.
2. Não bastasse a articulação política mambembe (ou por conta dela), seu governo perdeu o peso institucional e, pior, a clareza de agenda. Qual um oroboro precário, só consegue correr atrás do próprio rabo e vai se consumindo aos poucos. Além disso, segue esfarrapando o tecido social que (ainda) lhe resta e insiste em escolhas equivocadas - sobretudo em relação à plataforma de campanha do ano passado. A principal delas, que poderá levar todo o restante de seu mandato para o ralo, a manutenção de Joaquim Levy - um neoliberal cínico, soldadinho do mercado financeiro -, no Ministério da Fazenda.