Quando desci das caravelas,
trouxe, na saliva bafienta,
reza e vírus.
Matei milhões, madruguei
o holocausto tropical.
No espelhinho ofertado
ao pajé, apresentei-lhe
em gotículas,
o hálito azedo de
minha genealogia
assassina.
Do alto dos meus,
trapos e farrapos,
anunciei-me dono
da terra, dos rios,
das serras e das estrelas,
dos corpos.
O mar bafejava o que era fora;
o sangue marcava
o que era dentro;
e era meu.
Trouxe a boa nova
do ódio e da assombração,
em nome
do pai e da pátria.
Perverti as guerras e
coloquei cordão
de isolamento no carnaval
da mata.
Outras métricas e rimas.
Enjaulei onças, papagaios
e despudores.
E depois embarquei
de novo. Partida e chegada.
Fui exibir, nos salões fedorentos
do reino de Portugal,
aos nobres com pulseirinhas VIP
que saiam nas colunas sociais,
bons burgueses,
essa exótica mercadoria:
o esplendor da vida.
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